No momento mais difícil da sua vida, quando você descobre uma doença, ou algum ente querido morre, tudo o que você pensa é “por quê?”.
Não há como entender ou aceitar.
Não sabemos lidar com perdas, separações.
Nos sentimos sós, abandonados, sem chão.
É o momento de se conhecer melhor, de questionar a vida, de buscar uma outra direção.
Mas aí, chegam eles, os crentes.
E por não saberem o que dizer e não se importarem com a dor do próximo, simplesmente dizem: “Foi da vontade de Deus”, “vai ficar tudo bem”.
Foi da vontade de Deus???
Isso é tudo que você tem a dizer?
É insensibilidade demais, descaso com a dor alheia.
É um momento de sofrimento, de questionar suas crenças.
Não, não vai ficar tudo bem!
Eu não quero ouvir isso.
Quero ouvir que dói, que é uma merda, que mesmo sem ter o que fazer, você vai estar ao meu lado, que essa dor vai durar um tempo, mas eu vou aprender a lidar com ela, mas ela não vai passar.
Não venha jogar versículos na minha cara.
Você tem mesmo que citar algum versículo? Então use este: “Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram.” Romanos 12.15.
Chore comigo.
É muito simples.
Se importe.
Será que você consegue?
As igrejas se proliferam todos os dias, como um vírus sem cura.
Mas o AMOR, a base de todo o Cristianismo, se esfria cada vez mais.
Ao invés de inclusão, a exclusão. No lugar da aceitação, o preconceito.
E quando não há explicação para tanto moralismo, ou base para esse falso cristianismo,
simplesmente ouvimos a expressão: "É DO DIABO!"
A falta de amor, a discriminação, a ignorância, isso sim pode ser considerado "coisa do diabo".
Que as/os cristã/os PENSEM.
E que o verdadeiro cristianismo seja buscado e vivido.
Mas o AMOR, a base de todo o Cristianismo, se esfria cada vez mais.
Ao invés de inclusão, a exclusão. No lugar da aceitação, o preconceito.
E quando não há explicação para tanto moralismo, ou base para esse falso cristianismo,
simplesmente ouvimos a expressão: "É DO DIABO!"
A falta de amor, a discriminação, a ignorância, isso sim pode ser considerado "coisa do diabo".
Que as/os cristã/os PENSEM.
E que o verdadeiro cristianismo seja buscado e vivido.
segunda-feira, 21 de março de 2011
quarta-feira, 2 de março de 2011
Carnaval, tempo de fuga?
Ah, o Carnaval.
A coisa mais linda do Carnaval é a bateria.
Mais de 200 instrumentos harmonizados, unidos; pessoas que tocam com a alma e que, em perfeita sincronia, manifestam a alegria e a beleza de ser brasileiro.
Pena que não é só isso.
Quando chega a época de Carnaval, lembramos de mulheres semi-nuas, bundas, peitos, putaria!
“Use camisinha”, “vou pegar geral”, são as palavras mais ouvidas quando chega essa festa nacional.
Perdemos a poesia, a diversão em comunidade, a reverência aos músicos, que se preparam durante tantos meses, para nos deliciarem com uma musicalidade peculiar de nossas raízes.
Mas o que quero ressaltar aqui não é nada disso.
Para os evangélicos, Carnaval é tempo de FUGA.
Eles aproveitam o feriado, se unem e correm para algum retiro – espiritual? – na intenção de não participarem da “festa da carne”.
Alguns até mesmo afirmam ser este um momento de evangelização.
Não duvido de suas intenções.
Eu já fui uma delas, que reunia o máximo de jovens que conseguia, para levá-los comigo a um lugar separado, longe de toda essa “putaria”, para assim, apresenta-los ao Evangelho.
Será que este é o caminho?
Fugir da realidade, sair de perto do nosso “próximo”, nos esconder do que não concordamos?
Que tipo de Evangelho é esse, que faz com que aqueles que já o conhecem, num sentimento – talvez inconsciente – de superioridade, se separem dos que não aceitam sua verdade?
É o que Jesus faria?
Numa festa grande como essa, Ele se afastaria com seus discípulos para um retiro espiritual, ou estaria no meio do povo, falando de seu amor, cuidando das/dos desesperançosas/os, tratando suas desilusões, mostrando que está presente, festejando ao lado delas/es?
Não estamos mais nas décadas de 1980/90, tempo em que o evangelismo voltado para os jovens era feito através de pregações em praça pública, tempo em que ser evangélico era ser honrado e respeitado, tempo em que “ser gospel” estava na moda.
Esse tempo passou.
Precisamos repensar os métodos.
E, muito além disso, precisamos repensar a verdadeira intenção de nossos atos.
Queremos lotar nossas igrejas de pessoas alienadas de tudo, ou mostrar a elas o verdadeiro amor, inclusivo, respeitoso, cuidadoso?
Igreja, acorda!
Vivemos novos tempos!
Não olhem para as/os jovens com desprezo, como se tudo o que elas/es sabem não valesse nada, como se tudo o que elas/es precisassem em suas vidas se resumisse a freqüentar a igreja aos sábados e domingos, e fazer parte do grupo de louvor.
Não se escondam atrás de um véu de espiritualidade, que não convence nem seus próprios membros.
Saia de sua zona de conforto e mostre, através da sua vida, dos seus atos, do seu posicionamento no dia-a-dia – no meio da festa – como é viver com Cristo.
Igreja, se mostre!
Com amor, respeito e com a alegria de ter sido abençoada/o por ter nascido brasileira/o.
A coisa mais linda do Carnaval é a bateria.
Mais de 200 instrumentos harmonizados, unidos; pessoas que tocam com a alma e que, em perfeita sincronia, manifestam a alegria e a beleza de ser brasileiro.
Pena que não é só isso.
Quando chega a época de Carnaval, lembramos de mulheres semi-nuas, bundas, peitos, putaria!
“Use camisinha”, “vou pegar geral”, são as palavras mais ouvidas quando chega essa festa nacional.
Perdemos a poesia, a diversão em comunidade, a reverência aos músicos, que se preparam durante tantos meses, para nos deliciarem com uma musicalidade peculiar de nossas raízes.
Mas o que quero ressaltar aqui não é nada disso.
Para os evangélicos, Carnaval é tempo de FUGA.
Eles aproveitam o feriado, se unem e correm para algum retiro – espiritual? – na intenção de não participarem da “festa da carne”.
Alguns até mesmo afirmam ser este um momento de evangelização.
Não duvido de suas intenções.
Eu já fui uma delas, que reunia o máximo de jovens que conseguia, para levá-los comigo a um lugar separado, longe de toda essa “putaria”, para assim, apresenta-los ao Evangelho.
Será que este é o caminho?
Fugir da realidade, sair de perto do nosso “próximo”, nos esconder do que não concordamos?
Que tipo de Evangelho é esse, que faz com que aqueles que já o conhecem, num sentimento – talvez inconsciente – de superioridade, se separem dos que não aceitam sua verdade?
É o que Jesus faria?
Numa festa grande como essa, Ele se afastaria com seus discípulos para um retiro espiritual, ou estaria no meio do povo, falando de seu amor, cuidando das/dos desesperançosas/os, tratando suas desilusões, mostrando que está presente, festejando ao lado delas/es?
Não estamos mais nas décadas de 1980/90, tempo em que o evangelismo voltado para os jovens era feito através de pregações em praça pública, tempo em que ser evangélico era ser honrado e respeitado, tempo em que “ser gospel” estava na moda.
Esse tempo passou.
Precisamos repensar os métodos.
E, muito além disso, precisamos repensar a verdadeira intenção de nossos atos.
Queremos lotar nossas igrejas de pessoas alienadas de tudo, ou mostrar a elas o verdadeiro amor, inclusivo, respeitoso, cuidadoso?
Igreja, acorda!
Vivemos novos tempos!
Não olhem para as/os jovens com desprezo, como se tudo o que elas/es sabem não valesse nada, como se tudo o que elas/es precisassem em suas vidas se resumisse a freqüentar a igreja aos sábados e domingos, e fazer parte do grupo de louvor.
Não se escondam atrás de um véu de espiritualidade, que não convence nem seus próprios membros.
Saia de sua zona de conforto e mostre, através da sua vida, dos seus atos, do seu posicionamento no dia-a-dia – no meio da festa – como é viver com Cristo.
Igreja, se mostre!
Com amor, respeito e com a alegria de ter sido abençoada/o por ter nascido brasileira/o.
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