A religião existe desde o princípio. Quando o ser humano percebeu que não podia explicar o mundo e seus fenômenos, antes das descobertas científicas a respeito do universo como o conhecemos, a religião foi a forma encontrada para tentar entender nossa existência.
O relato de Gênesis, que fala da trágica ruptura entre a divindade e o ser humano, descreve essa busca pela “felicidade perdida”, o anseio do finito sobre o infinito.
“Está na essência da religião o esforço no sentido do eterno retorno às suas origens místicas, assim como para a manifestação de uma ordem sempre ameaçada pelo caos.” Antônio Mendonça
Do latim religio ou religare, religião significa um laço entre os homens e deuses, ou seja, ela foi criada para fazer essa religação (perdida) entre Deus(a)/es e o ser humano.
Os anos se passaram, os/as deuses/as continuaram sendo criados/as e adorados/as. Houve um tempo em que a sociedade pensou não precisar mais deles/as. Alguns deuses/as permaneceram. E apesar do hedonismo de nossa era nos levar ao divino apenas em troca de sua graça, a religião é bem presente na nossa sociedade atual.
Com a religião, teoricamente nos acompanha a ética. A religiosidade nos faz buscar sermos pessoas melhores, fazer o bem, nos aperfeiçoar como religiosos/as, a fim de agradarmos a Deus.
Mas a religiosidade que vemos hoje está há muito tempo distante dessa busca pelo divino. Essa prática não tem sido efetiva em nos tornar pessoas melhores.
Com a religião, o ser humano tem se tornado mais individualista (sua fé é só dele/a), mais moralista (regras e dogmas, que fogem ao controle) e, o mais grave, mais alienado/a e fanático/a.
Pessoas matam em nome de Deus.
E com isto, não estou criticando o islamismo (o que é muito comum nos últimos dias), estou falando da minha religião, o cristianismo. Confira a história. Desde o início, os cristãos morrem e matam em nome de “seu único Deus”. Quantos homicídios, quantas chacinas, quantas guerras, em nome desse Deus, que segundo a tradição, é um Deus de amor e perdão. Tão incoerente.
Você pode argumentar, dizendo que não mata em nome do Deus cristão, mas pode ofender o próximo, o odeiar quando este não faz o que para você é certo, desprezar aqueles com religiões e posturas diferentes da sua. Que tipo de religiosidade é essa? Que tipo de cristianismo é esse?
A religião cristã deve nos levar até Deus, nos ensinar o amor, nos encher de esperança diante de toda essa loucura, nos tornar pessoas melhores e mais tolerantes.
“(...)religião significa ser tocado pelas questões últimas, ter levantado a pergunta acerca do ‘ser ou não ser’ em relação ao significado da própria existência e tendo símbolos pelos quais a questão é respondida(...)ser tocado de maneira última a respeito do próprio ser, a respeito de si mesmo e do mundo, a respeito do significado deste, de sua alienação e finitude.” Paul Tillich
Espero que nossa religiosidade nos aproxime de Deus, nos aproxime de nós mesmos, com consciência, e principalmente, nos aproxime do nosso semelhante.
Que nosso cristianismo seja um cristianismo de amor, tolerância e de verdadeira, pura e consciente relação com o Divino.
E que, em nome de Deus, nós AMEMOS.
Amém. Que possamos amar, respeitar as escolhas e a forma de crença uns dos outros, que possamos tolerar as diferenças, as dificuldades e, acima de tudo, que possamos perdoar, com o perdão ensinado por Jesus, nosso maior exemplo! Caminhemos em busca de uma vida espiritual que alcance espaço fora das igrejas e que, assim, o Reino de Deus seja manifestado com graça por meio de nós!
ResponderExcluirBusquemos, pois, corrigir em nós os erros do passado, para a glória de Deus, somente!
Se me permitir algumas objeções pontuais sobre seu bom texto... Vamos a elas:"...de uma ordem sempre ameaçada pelo caos.”, bom primeiro, Deus nunca iria permitir caos em sua Ordem, isto não existe, nem sob a hipótese de uma ameaça.
ResponderExcluir"E que, em nome de Deus, nós AMEMOS", nós devemos Amar a Deus e o próximo, não segundo um pretenso nome que damos, arbitrário, ao Princípio Sagrado ou Deus ou Pai Divino, etc, devemos Amar segundo a Vontade de Deus, o que é bem diferente, tanto que em nome de Deus já se fez e faz as mais grotescas barbáries.
"O relato de Gênesis, que fala da trágica ruptura entre a divindade e o ser humano, descreve essa busca pela “felicidade perdida”, o anseio do finito sobre o infinito.", nunca houve uma ruptura com Deus e o ser humano, pois Deus é intimo a tudo e a todos, isto é, Deus é extremamente imanente às coisas. Há vários erros na Bíblia, pois este é o livro mais adulterado da História da Humanidade. O Gênesis foi escrito em hieróglifos por Moisés, em que havia três níveis de entendimento, desde o entendimento mais rasteiro e literal até o mais elevado. Além do que o Pentateuco foi queimado, perdendo-se o original e sendo reconstituido por se ouvir falar. Ou seja, o Gênesis contem erros como considerar Adão e Eva fossem homem e mulher, em realidade eram duas raças, uma autóctone da Terra (Eva) e outra advinda de um outro planeta da constelação de Capela (Adão), expulsa por Deus daquele planeta por sua devassidão moral. Ou mesmo o erro de Deus ter criado o nosso planeta em 7 dias, mas a constituição da Terra foi em aproximadamente em 7 Eras. E Também a existência da Árvore do Bem e do Mal, esta é simbólica e é extremamente saudável e necessário comermos dos frutos que Ela dá, isto é, a Árvore é o conhecimento das coisas Divinas e que Deus nos oferta em todas as épocas, de acordo com a capacidade de assimilação da Humanidade, que é a sua Doutrina da Ciência da Unidade. Mas Deus nos deu um relativo livre-arbítrio, para podermos escolher entre o Bem e o Mal, pois Deus quer filhos Seus conscientes e não crentes. Porém, como o Homem tem escolhido, através de suas encarnações e desencarnações, isto é, durante sua evolução, freqüentemente o Mal, então chegará o momento que isto vai ter que acabar. Com um Dilúvio de Fogo, ou guerra atômica, serem expulso do planeta aqueles que tiverem uma devassidão moral, ou seja, aqueles que forem contra a Lei de Deus, a Lei de Harmônia do Universo: os Dez Mandamentos da Lei de Deus. E permanecerem aqueles que cumprirem a Lei, através de suas atitudes ou obras. Enfim, para maiores informações indico-lhe o site: www.uniaodivinista.org
Obrigada por sua opinião, Cabral, mas não entendo exatamente as origens de suas opiniões.
ResponderExcluirPorém, vou tentar me deixar mais clara pra vc:
A "ordem ameaçada pelo caos" é uma referência à forma da humanidade em tentar enteder o mundo, sua origem, seus fenômenos, na antiguidade. O ser humano criou suas divindades - não estou defendendo nenhum Deus/Deusa ou religião - na tentativa de explicar o porquê das coisas.
No mito de Gênesis, houve uma ruptura, no momento em que homem e mulher preferiram comer o fruto do conhecimento, em desobediência às ordens divinas. E essa ruptura é presenciada em outras religiões, e nos escritos pré-socráticos.
Nesse sentido, não defendo se Deus/Deusa deixou de se relacionar ou não com o ser humano, mas falo a respeito de uma idéia que perpassa o judaísmo, o cristianismo, através do Gênesis.
Engraçado vc dizer que Moisés escreveu o Gênesis, pq essa idéia já foi superada pela teologia. O Gênesis, assim como o Pentateuco foram escritos por várias pessoas e tradições, formadas por sacerdotes de épocas diferentes, e foram compiladas após o exílio dos judeus, no momento em que estes formavam o seu cânon.
Que Adão e Eva são raças, que os 7 dias são eras... bom, nem sei se o mito de Gênesis aconteceu mesmo, ou foi um conto hebreu nessa "tentativa de explicar o mundo". Cada um tem a sua fé em relação a isso. E eu respeito.
Enfim, o objetivo dessa postagem não foi dar uma aula sobre a criação, muito menos defender essa ou aquela religiosidade, mas falar dessa necessidade do ser humano em buscar uma explicação de sua existência na religião, e o rumo que toda essa religiosidade tomou.
Em nome de Deus, pessoas matam e morrem.
E aqui pontuo o Deus cristão.
Então, reafirmo, que em nome de Deus - esse Deus cristão, que é amor, que morreu por amor, e nos ensinou esse amor - AMEMOS, e não discutamos por coisas fúteis, ou desrespeitemos quem não pensa como nós.
Então, AME.
Meu objetivo com minha breve exposição não foi desrespeitar ninguém. Agradeço a sua postagem em meu blog. Não vou aqui discutir outra vez estas questões, meu objetivo não é conquistar séquitos para uma seita ou nova religião, mesmo porque o Divinismo (mas poderia chamar de outra coisa qualquer, porque, ouso dizer, mesmo que isso te possa irritar, a Verdade é Verdade) não é religião ou seita, pois não há dogmas. Mesmo porque nós só conquistamos as pessoas através dos exemplos bons, como fez Jesus, e eu, confesso, não sou, por enquanto, do mesmo nível de Jesus. Enfim, também não me importa se você se irritou ou não, se sim peço perdão, só fiz o meu papel de passar o recado, de divulgar a Verdade, ainda que para você e para muitos soe pesado o termo Verdade.
ResponderExcluirImagina, não me irritei.
ResponderExcluirGosto muito qdo as pessoas lêem e manifestam suas opiniões.
Por isso, também coloquei a minha.
Só penso que essa "Verdade" tão absolutista deve ser repensada, pois todas as religiões têm suas verdades; dessa forma, qual é a Única Verdade?
O que realmente importa nisso tudo, é buscarmos essa relação com o divino e buscarmos amar o nosso próximo como Deus nos ensina e nos amou, através de Jesus.